terça-feira, 17 de março de 2009

Toda mulher é meio Leila Diniz

Os anos 70 se foram, mas uma personagem (entre tantas) se eternizou. Uma mulher que queria (somente) tudo o que ainda queremos e, assim como nos dias de hoje, descobriu como era difícil ser Leila.
Sua busca pela liberdade de expressão, pela quebra de tabus sociais, pelo amor livre, pelo casamento, pelos filhos e por todas as contradições que isso tudo pode causar. Somos assim... complicadas. Somos meio Leila Diniz, diria Rita Lee.
Ela afirmava que as mulheres querem e não querem ser independentes. Tinha razão. Somos seres contraditórios (e daí?). Queremos todo o cuidado depositado em uma peça frágil, assim como buscamos a diversão e os perigos da vida - tudo isso com a mesma intensidade, claro.
Buscamos a independência financeira, mas (às vezes) desejamos a morte daquelas que queimaram seus sutiãs (quem concordou com aquilo?). Queremos um amor verdadeiro, que nos ajude a apagar as chamas (caso haja um incêndio), mas que também saiba que, sem ele, apagaríamos de qualquer jeito. Queremos véu, grinalda, casa cheia de gente, carinho em abundância e espaço suficiente para sair sozinhas (ou com os amigos) sem dramas.
Assim como ela, sabemos que o amor depende apenas da gente. E que, para dar certo é preciso cuidar. Mas, queremos mais. Sempre. Mais amor, mais assunto, mais conversa, mais compreensão, mais risadas, mais encontros, mais beijos, mais, mais, mais...
Somos mesmo complexas. Simplesmente porque, como Leila, acreditamos na intensidade dos sentimentos, nos momentos de felicidade e, principalmente, na liberdade de poder ser (e desejar) tudo aquilo que quisermos - mesmo com todos os questionamentos do mundo.


* Leila Diniz: Uma revolução na praia. Joaquim Ferreira dos Santos. Ed. Companhia das Letras.

Um comentário: