terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Aponte para o amor

Já namorei um (ou mais) Richard Bach. Já estive presente quando o medo foi maior do que o amor. Já vi muralhas imensas isolarem todo tipo de sentimento. Eu estava lá. Ele estava lá, mas estávamos tão sozinhos e tão entediados.
Tenho um pouco de Richard Bach em mim. Procuro a perfeição inexistente. Questiono a vida presente e a passada. Crio teorias sobre coisas sem a menor importância. Sou crente, mística e, ao mesmo tempo, descrente, cética.
Não entendo de finanças, odeio lidar com números e, assim como Richard, acredito que as pessoas criariam mais músicas, mais romances, mais literatura caso não tivessem de lidar com eles.
Meu lado Leslie Parrish fracassou. Minha defesa sobre o amor não alcançou níveis tão profundos, tão convincentes (em qualquer relacionamento). Talvez porque ela não tinha as dúvidas que eu sempre tive (e tenho). Ela sabia, acreditava. Lutou, gritou, falou o que queria. Avisou que era tudo ou nada – e por muitas vezes quase ficou sem nada. Venceu. Não ela, mas seu amor.
Leslie conseguiu provar que contra o amor não há nenhuma força. Nada é maior, nada se faz mais presente. Nada é tão importante. Só ele, esse sentimento puro e falível (como todos). Ele, Richard, acreditou nela. Entendeu e, mais do que isso, a amou profundamente (justamente por sua intensidade e sinceridade). Ele percebeu que a perda o mataria.
“A soma de um e um, se são os certos, pode ser o infinito”, ela diz e comprova que acreditar no amor pode fazer com que a vida seja mais intensa, mais viva, mais feliz. Sim, haverá sofrimento mas será suprimido, amparado e ficará no passado - se houver amor.
O infinito dos dois está nos aviões, rodopiando pelo ar. Está nas músicas de Bach tocadas ao piano. Mas isso, pouco importa (na verdade). Pois tudo pode se tornar realidade se você acreditar e (principalmente) se entregar.

* A Ponte para o Sempre. Richard Bach. Ed. Record.

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